Tendências na Prevalência do Tabagismo em Portugal

SmokingO tabaco é apontado como a principal causa evitável de morte prematura. O relatório “Tendências na prevalência do tabagismo em Portugal”, baseado num estudo desenvolvido entre 1987 e 2011 e publicado em 2012 por Helena Carreira “et alii”, declara que, só em 2004, o tabaco provocou cerca de 5 milhões de mortes em todo o mundo, correspondendo a aproximadamente 25% e 7% da mortalidade entre homens e mulheres europeus, respetivamente.

Em Portugal, em 2005, estimava-se que 18% das mortes de homens e 5% dos óbitos de mulheres se devessem ao hábito de fumar. Com base na revisão sistemática de 30 estudos, o relatório de Helena Carreira apresenta as seguintes conclusões sobre as tendências relacionadas com o tabagismo:

  • Entre 1988 e 2008, a prevalência do tabagismo aumentou significativamente no sexo feminino, exceto no grupo etário acima dos 70 anos. O aumento mais acentuado foi observado nas mulheres entre os 31 e os 50 anos de idade, com uma tendência menos significativa nas mulheres mais jovens.
  • No mesmo período, a prevalência do tabagismo entre os homens diminuiu em todos os grupos etários, com declínios mais acentuados na população com idade igual ou inferior aos 30 anos.
  • Este estudo atesta que, nas últimas décadas, a prevalência do tabagismo aumentou de forma preponderante entre as mulheres portuguesas, tendo decrescido no grupo dos homens.
  • A venda de produtos de tabaco em Portugal diminuiu entre 2002 (em que foram vendidos 18 biliões de cigarros) e 2011 (12 biliões). O aumento dos preços, dos impostos e o atual cenário de crise económica são alguns dos motivos apresentados como explicação para esta redução do consumo.

Salvaguarda-se que estes dados foram recolhidos antes da aplicação das medidas da Convenção-Quadro da Organização Mundial de Saúde, que visaram controlar o consumo de tabaco, passando por incluir advertências nos maços de cigarros, aumentar os impostos e implementar uma lei que regulamenta o fumo em locais públicos. Calcula-se que estas medidas terão tido um impacto nos hábitos da população que este estudo não chega a refletir, devido à sua balizagem temporal.

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