A nau de um d’elles tinha-se perdido
no mar indefinido.
O segundo pediu licença ao Rei
de, na fé e na lei
da descoberta ir em procura
do irmão no mar sem fim e a névoa escura.
Tempo foi. Nem primeiro nem segundo
volveu do fim profundo
do mar ignoto à pátria por quem dera
o enigma que fizera.
Então o terceiro a El-Rei rogou
licença de os buscar, e El-Rei negou.
Como a um captivo, o ouvem a passar
os servos do solar.
E, quando o vêem, vêem a figura
da febre e da amargura,
com fixos olhos rasos de ância
fitando a prohibida azul distancia.
Senhor, os dois irmãos do nosso Nome
– O Poder e o Renome –
ambos se foram pelo mar da edade
à tua eternidade;
e com elles de nós se foi
o que faz a alma poder ser de heroe.
Queremos ir buscal-os, d’esta vil
nossa prisão servil:
é a busca de quem somos, na distancia
de nós; e, em febre de ância,
a Deus as mãos alçamos.
Mas Deus não dá licença que partamos.
|