Consumo de Tabaco na População Portuguesa

Nos anos 70 e 80, era frequente a presença de cigarros nas televisões, quer em filmes e séries, quer em debates políticos. A sensibilização para os perigos do tabagismo levou a uma gradual restrição à sua visibilidade pública; contudo, esta continuou a ser prática comum, inclusive no local de trabalho.

Leis do Tabaco

O consumo de tabaco foi decisivamente afetado pela lei n.º 37/2007, conhecida precisamente como “Lei do Tabaco”, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2008. A partir desse dia, deixou de ser possível fumar em espaços públicos fechados, nomeadamente em cafés, restaurantes e discotecas.

Esta lei representou um ponto de viragem, pois a partir desse momento o espaço público passou a dar prioridade a quem não fuma, permitindo, nomeadamente, a presença de crianças e adolescentes em cafés, sem terem de inalar fumo de tabaco passivamente. Ao contrário do que alguns comentadores esperavam (e, pode dizer-se, “instigavam”), a generalidade da população portuguesa fumadora aceitou a nova lei, passando a ir à rua ou a um espaço aberto de cada vez que queria fumar.

Número de fumadores: evolução

Um estudo recente afirmava que a diminuição do tabaco foi residual ao longo da última década. Se 20,9% da população portuguesa com mais de 15 anos era fumadora em 2006, em 2014 a percentagem baixara para 20%. A principal tendência foi a diminuição do número de homens a fumar e, em “contraciclo”, o aumento de mulheres fumadoras.

A OMS afirma que o tabaco é a principal causa evitável de doenças e mortes prematuras nos países desenvolvidos. Estima-se que, em Portugal, 1 em cada 4 mortes na população entre os 45 e os 59 anos sejam causadas pelo ato de fumar. Sabe-se também, sendo uma noção de senso comum, que 90% dos fumadores portugueses começa a fumar antes dos 25 anos.

Em 2014, verificou-se um pico no consumo de cigarros eletrónicos. Contudo, o aumento dos impostos aplicados a este produto, bem como a divulgação de informação sobre os perigos cancerígenos associados a este tipo de consumo fizeram com que, em 2015, ocorresse uma queda súbita de vendas neste mercado.